Produtos alimentícios derivados da algaroba
Um breve histórico
Diversos estudos científicos confirmam a relevância dos componentes químico-alimentares dos frutos da algarobeira. O relevante trabalho do pesquisador Figueiredo (1975), denominado Componentes químicos-alimentares relevantes das vagens da algarobeira - Figueiredo, 1975, um dos pioneiros no estudo da algaroba no Brasil, relata o uso da farinha de algaroba desde a antiguidade. De acordo com o pesquisador, povos primitivos que habitavam em algumas regiões áridas e semiáridas do planeta, produziam, artesanalmente, farinhas a partir das vagens trituradas de algaroba para serem usadas no prepara de um tipo mingau muito nutritivo, utilizavam suas vagens ainda verdes como alimento após o seu cozimento, em um processo semelhante ao do feijão. O extrato aquoso obtido por maceração e cocção de vagens maduras, dá origem a um xarope comercializado em alguns países latino-americanos sob o nome de "algarrobina", e que pode ser usado como tônico e adoçante de café, outras bebidas e alimentos. As sementes, que fazem parte da farinha, possuem uma substância chamada galactomanana (goma ou hidrocolóide) que tem a capacidade de saciar a sensação de fome, sendo por isso, útil na elaboração de produtos dietéticos. Uma colher de sopa adicionada a qualquer bebida (café, suco, leite, água) afasta por algumas horas, a sensação de fome devido, principalmente, a presença dessa goma natural existente nas sementes. Para as pessoas que desejarem controlar o nível de açúcar no sangue e/ou reduzir a taxa de colesterol, o uso da farinha de algaroba pode ser de grande valia.
A obtenção de diversos tipos de farinhas a partir das vagens de algaroba secas, moídas e peneiradas, favorecem a formulações e produção de vários produtos de panificação, como também, o aproveitamento das frações mais grossas, fibrosas e ricas em celuloses para a elaboração de rações enriquecidas com proteínas, usadas por produtores rurais na alimentação dos rebanhos em regiões semiáridas onde os recursos proteicos são bastante limitados em função da seca.
Os açúcares extraídos das suas vagens também tem uma impressionante gama de aplicações e usos, tanto de forma artesanal por comunidades rurais de regiões áridas e semiáridas do plantem como no desenvolvimento de vários produtos de base tecnológica desenvolvidos a partir de pesquisas e universidades e centros de pesquisas distribuídos pelo mundo.