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UFPB inicia entrega de próteses mecânicas feitas em impressoras 3D da própria Universidade

publicado: 22/11/2023 14h43, última modificação: 22/11/2023 14h43
Peças produzidas nessas impressoras caracterizam-se pelo baixo custo, possibilitando a doação para quem precisa

Foto: Divulgação

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) entregou, na última sexta-feira (17), a primeira prótese mecânica funcional feita em impressoras 3D da Universidade para pacientes cadastrados no projeto de extensão ‘Pernas e Braços, pra quê te quero’. O material foi fabricado pelo Laboratório de Fabricação Digital (FabLab) da UFPB, em uma parceria com a e-Nable, movimento internacional que distribui gratuitamente próteses para os membros superiores. 

As próteses mecânicas feitas nas impressoras 3D são produzidas utilizando o ácido polilático (PLA), um tipo de termoplástico que, por ser biodegradável, é uma opção mais sustentável do que os plásticos comuns. Apesar de terem sido fabricadas a partir de um material não-convencional, isto não afeta a funcionalidade das peças e, conforme a Professora Lígia Ortiz, coordenadora do projeto de extensão envolvido na iniciativa, barateia significativamente os custos, possibilitando que sejam doadas aos pacientes. 

“Atualmente, há vários tipos de próteses disponíveis comercialmente, desde próteses mecânicas até as elétricas e biônicas. Os modelos biônicos são mãos computadorizadas que chegam a custar até R$ 200 mil, o que torna os objetos muito inacessíveis para nossa população. O que nós fazemos é uma prótese das mais simples, mecânica, com esse material plástico, e o custo de produção, considerando os acabamentos e tudo mais, fica em torno de R$ 200”, explica a docente. 

A cerimônia de entrega ocorreu no laboratório de fisioterapia do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) e contou com a participação da Vice-reitora da UFPB, Profa. Liana Filgueira, da professora Lígia Ortiz, do professor Eduardo Eriko, representando o Departamento de Fisioterapia da UFPB, e dos docentes Euler Macêdo, diretor do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR),  e Lucas Hartmann, representando o FabLab. 

Além desses, participaram também da solenidade, como representantes do HULW, os servidores Murilo Frazão e Pablo Leônio, os alunos que compõem a equipe do ‘Pernas e Braços, pra quê te quero’, e a senhora Maria Ivanita da Cruz Freitas, paciente que recebeu o primeiro equipamento nesta parceria. 

“Estou muito feliz por ser a primeira pessoa a receber a prótese. Meu sentimento é de gratidão a todos que fazem parte do projeto. Estou muito feliz, vou ficar ainda mais feliz e, a partir de agora, confiante”, disse, emocionada, a senhora Maria Ivanita. 

Para a Vice-reitora da UFPB, Profa. Liana Filgueira, o momento de entrega desta prótese é a demonstração do êxito do trabalho interdisciplinar que caracteriza essa iniciativa e também da extensão, o que muito orgulha a Universidade.

“Se eu sei de algo e o outro não sabe, vamos nos unir para complementarmos nossos saberes e fazer a Universidade funcionar da melhor forma possível. Precisamos cada vez mais sair dos muros da Universidade, para levar o que produzimos aqui para a sociedade e, assim, retribuir os impostos que mantém a Universidade e que são pagos pelos cidadãos”, observou a gestora. 

Como participar do projeto e receber a prótese

O interessado que quiser se candidatar deve preencher um formulário eletrônico com seus dados pessoais e enviar um vídeo de curta duração. O envio desse material é necessário para que a equipe do projeto realize uma triagem, a fim de averiguar se o paciente satisfaz as condições para receber a prótese, uma vez que elas ainda não estão disponíveis para todos os tipos de amputação.

“As próteses estão disponíveis exclusivamente para pacientes que têm amputação em antebraço. Ou seja, na parte abaixo do cotovelo. E tem que ser com o coto abaixo do cotovelo, um pedacinho um pouquinho longo”, descreve a professora Lígia Ortiz. 

Para receber o item, os selecionados precisam ainda realizar 10 sessões gratuitas de (oito antes do recebimento e duas após) no HULW para se habituar e treinar como acionar o equipamento recém-recebido. 

Saiba mais sobre o projeto ‘Pernas e Braços, pra quê te quero’

Para que a ação de distribuição das próteses se tornasse uma ação institucional de longa permanência, foi criado o projeto de extensão ‘Pernas e braços, pra quê te quero’, com participação de alunos e professores dos cursos de fisioterapia, engenharia elétrica e engenharia mecânica da UFPB. 

O FabLab, desde 2020, já era credenciado como célula do movimento e-Nable, mas só realizava as impressões em atendimento à demanda desta iniciativa, sem ter contato com os pacientes. Com a criação do projeto de extensão, que trouxe os profissionais da fisioterapia para fazer as prescrições e assumir a responsabilidade técnica, o laboratório passou a se dedicar à impressão das próteses de forma mais independente.

Além de organizar a distribuição das peças aos pacientes, a equipe também é responsável por realizar o treinamento dos usuários com as próteses, o que, na avaliação da professora Lígia Ortiz, faz toda a diferença na finalidade do projeto. 

“Muitas células da e-Nable no mundo têm apenas o hábito de receber os pedidos pela internet e enviar de volta a prótese pronta, o que deixa, muitas vezes, a prótese subutilizada”, pontua a docente.

Para mais informações, acesse o perfil do projeto no instagram: @pernasebracos_ufpb.

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Texto: Vinícius Vieira
Edição: Aline Lins
Fotos: Divulgação
Ascom/UFPB