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UFPB é a única universidade do Brasil a conquistar troféu do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica

publicado: 09/07/2024 13h05, última modificação: 09/07/2024 13h13
Já vencedores nas categorias de bolsistas ressaltam papel transformador das bolsas em suas vidas

Divulgação

O 21º Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica (PICT) foi entregue aos agraciados no dia 08 de julho, em uma cerimônia realizada na 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Belém. Para grande parte dos premiados, contudo, a ocasião marca apenas o primeiro passo de uma longa jornada de pesquisa, que pretendem continuar seja na pós-graduação, no caso dos premiados nas categorias Bolsista de Iniciação Científica e Bolsista de Iniciação Tecnológica; seja na graduação, para os agraciados na categoria Bolsista de Iniciação Científica Júnior. Os certificados aos nove agraciados e o troféu à instituição contemplada – a Universidade Federal da Paraíba, representada pelo reitor Valdiney Gouveia – foram entregues pela diretora de Cooperação Institucional, Internacional e Inovação do CNPq, Dalila Oliveira, e pelo diretor Científico do CNPq, Olival Freire Jr.

Além das três categorias de bolsistas, o Prêmio contemplou a categoria Mérito Institucional, destinada a instituição participante dos programas institucionais de bolsas de iniciação científica e tecnológica que tenha bolsistas inscritos no Prêmio. Nesta edição, a instituição vencedora foi a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que receberá em sua quota bolsas adicionais dos programas institucionais de bolsas de iniciação científica e tecnológica, além de troféu e passagens e diárias para que o representante da Universidade participasse da cerimônia de premiação na reunião anual da SBPC.

“Importante ressaltar que a única universidade no Brasil que recebeu o Prêmio foi a UFPB”, destaca o Reitor Valdiney Gouveia, Reitor da Instituição.

 Foto: Arquivo Pessoal

 

Papel transformador

Todos os agraciados afirmam que a experiência de pesquisa proporcionada pelas bolsas concedidas pelo CNPq os acompanhará pela vida, pois contribuiu também para seu desenvolvimento em outras áreas fora da Academia. Entrevistados para esta matéria, muitos afirmaram que a bolsa foi “transformadora” ou “divisor de águas”. Para os contemplados com o 21º PICT, além do aprendizado experimentado com todas as etapas de uma pesquisa, a vivência incentivada pela bolsa incluiu também o aprimoramento de um conjunto de habilidades que, segundo eles, variam desde a criação de maior responsabilidade e de autonomia até o aprimoramento da escrita e da apresentação oral, além de ser um estímulo à proatividade.

Em geral, todos relacionam a experiência com a pesquisa com um trabalho que deve ser desenvolvido com foco em benefícios para a sociedade. Para alguns, outra lição que ficou é a certeza de que não se faz pesquisa sozinho, já que o trabalho na área científica é coletivo. Por isso, muitos dos agraciados lembraram também que o prêmio com que foram contemplados é, na verdade, reconhecimento pelo trabalho de toda uma equipe, conforme reconheceu Gustavo Pesini, contemplado na categoria Bolsista de Iniciação Científica, da área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias. “É uma celebração do esforço coletivo para produzir trabalho de qualidade e relevância no cenário atual. Para mim, pessoalmente, é uma grande alegria ter contribuído com uma parte importante dessa pesquisa que teve elevado reconhecimento”, diz.

Agora estudante de mestrado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Pesini continua explorando temas semelhantes aos do relatório premiado, que tratou do sequestro de carbono no bioma Pampa, e revela que a premiação foi um impulso significativo para ele aprimorar seu trabalho, buscando maior visibilidade e aplicação dos resultados na sociedade. “Minhas perspectivas são de que os achados do projeto, incluindo o trabalho premiado, possam contribuir para políticas públicas e para o desenvolvimento social, especificamente na região dos campos sulinos, onde o projeto foi desenvolvido”, afirma. Ele foi bolsista de Iniciação Científica durante praticamente toda a sua graduação e ressalta que a experiência despertou seu interesse pela pesquisa, motivando-o a seguir na pós-graduação. “A Iniciação Científica aprimorou a minha forma de expressão pela melhoria na qualidade de escrita, apresentação em público e me incentivou a ser crítico”, conta.

A opinião de Gustavo sobre a bolsa de Iniciação Científica é compartilhada pelos premiados na mesma categoria David Diniz Kalichman, agraciado da área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes; e Sara Vieira Terra, contemplada da área de Ciências da Vida. Kalichman diz que a bolsa de iniciação científica foi fundamental para seu desenvolvimento como pesquisador. “A partir disso, aprendi como elaborar uma pergunta de pesquisa, definir uma metodologia para abordá-la e me organizar dentro dos prazos para entregar uma contribuição na área de estudo”, diz ele, que recebeu a notícia sobre o resultado da seleção do Prêmio quando se encontra no último semestre do curso de Economia, na Universidade de São Paulo (USP).

Ser reconhecido assim fecha minha experiência com pesquisa na graduação com chave de ouro e me motiva a seguir adiante no mestrado. O reconhecimento oficial de um órgão tão importante para a pesquisa brasileira como o CNPq certamente irá facilitar muito obter oportunidades futuras de pós-graduação e emprego em pesquisa”, acredita Kalichman, que vai usar os recursos no valor de R$ 10 mil, referentes à premiação em sua categoria, para custear viagem à Itália, onde fará mestrado em Economia oferecido pela Libera Università Internazionale degli Studi Sociali (LUISS), em conjunto com o Instituto Einaudi (Banco da Itália).

Sara Terra, por seu turno, ressalta o papel fundamental da bolsa em sua vida estudantil, citando também oportunidades como intercâmbio, pesquisa internacional e mentoria em carreira científica. “Fez com que eu criasse muita responsabilidade para com a pesquisa que eu estava tocando, já que havia cobranças e relatórios a serem entregues. A IC (Iniciação Científica) mudou o rumo da minha carreira, de uma simples estudante de medicina, para algo muito maior que isso e com um propósito muito mais amplo e significativo na minha vida: o de fazer pesquisa científica de qualidade, com responsabilidade e veracidade. O futuro daqui para frente se resume a duas palavras: quero mais!”, diz ela, que se encontra envolvida em um segundo projeto de pesquisa, continuação do primeiro realizado com a bolsa de IC.

Sara é uma das mentorandas selecionadas para o Iniciativa Próxima, do Yale Mentorship Program, além de estar se preparando para aplicar para pós-graduações internacionais. “E quem sabe, depois disso, ainda trazer de volta para o meu país também tudo que aprendi fora e ser parte da força que move a pesquisa no Brasil para ainda mais longe. Ciência é minha vida e a pesquisa é minha paixão, essa é com certeza a minha maior lição desta iniciação, e a carreira científica é a minha maior perspectiva para o futuro. Seguindo sempre com humildade, amor e muita brasilidade!”, completa.

Ana Maria Bersch Domingues, contemplada na categoria Bolsista de Iniciação Tecnológica, na área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias, lembra que não tinha noção da gama de possibilidades que a pesquisa oferece antes de receber sua primeira bolsa. Segundo ela, a oportunidade abriu sua mente para um mundo que ela desconhecia. Ela diz que aprendeu a realizar pesquisa, sua escrita melhorou de modo considerável e adquiriu mais confiança para falar em público.

Acredito que isso ampliou minhas perspectivas e solidificou meu interesse pela pesquisa”, diz Domingues, para quem o prêmio é a confirmação de que realizou um trabalho bem feito. “Sinto-me imensamente feliz e grata por essa oportunidade, especialmente sabendo que, entre tantos projetos incríveis, o meu foi reconhecido e valorizado. Fazer pesquisa no nosso país não é uma tarefa fácil, muitas vezes enfrentamos descrença e falta de apoio. No entanto, acredito que prêmios como esse são uma prova de que estamos no caminho certo e que devemos perseverar, apesar das adversidades. Esses reconhecimentos não apenas validam nossos esforços, mas também inspiram a próxima geração de pesquisadores a continuar avançando no campo científico, salienta.

Essa também é a opinião de Everton Luiz da Silva, agraciado na categoria Bolsista de Iniciação Tecnológica, na área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes. Para ele, a bolsa de iniciação científica teve um impacto transformador. “Como jovem cientista, almejo contribuir significativamente para o avanço do conhecimento em minha área. O prêmio abre portas para colaborações, networking e oportunidades de pesquisa. Espero que isso me conduza a um mestrado ou doutorado, permitindo-me mergulhar ainda mais fundo nos desafios científicos e tecnológicos”, afirma.

Francisco Lucas Feitosa de Oliveira, contemplado na mesma categoria, na área de Ciências da Vida, ressalta que a bolsa foi fundamental para que ele conseguisse se dedicar à pesquisa durante sua graduação. “Desde sempre sonhei em ser cientista e receber esse reconhecimento pelo meu trabalho é extremamente gratificante”, diz Francisco, estudante de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ele planeja ingressar na pós-graduação e quer trabalhar em prol de um futuro em que os testes de medicamentos e cosméticos não envolvam a crueldade animal.

A importância da bolsa de iniciação científica para a formação de jovens pesquisadores e seu impacto na consolidação do interesse pela pesquisa também foi mencionada por todas as agraciadas na categoria Bolsista de Iniciação Científica Júnior, destinada a bolsistas do CNPq participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica no Ensino Médio (PIBIC-EM).

Jordanna Emilly Alves dos Santos, contemplada da área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias, afirma que o apoio financeiro proporcionado pela bolsa foi fundamental para que ela pudesse estar envolvida de forma integral no processo de pesquisa, sem preocupações com questões de subsistência. “Isso me permitiu aprofundar nos estudos, ampliar leituras e participar ativamente de congressos e eventos científicos, enriquecendo imensamente minha formação”, diz ela, observando que a bolsa representou um voto de confiança em seu potencial como pesquisadora.

Esse reconhecimento institucional me impulsionou a desenvolver uma postura cada vez mais proativa, criativa e autônoma em minhas investigações. Passei a me sentir protagonista do meu próprio processo de aprendizado e descoberta, nutrindo um senso de responsabilidade e empoderamento”, completa Jordanna. Para ela, a premiação estimulou sua determinação para o futuro.  “Espero que este prêmio abra portas para oportunidades de colaboração e aprendizado contínuo, permitindo-me aprimorar cada vez mais. Estou ansiosa para saber o que o futuro guarda para mim. Mas espero continuar crescendo como pesquisadora, sempre buscando novas descobertas e impacto positivo na sociedade", comenta Jordanna.

A opinião é semelhante à de Maria Jamile Albuquerque, ganhadora da categoria Bolsista de Iniciação Científica Júnior, na área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes, e de Aline Yoko Hori, contemplada na mesma categoria, na área de Ciências da Vida. “Espero que a educação possa abrir mais portas como essa em minha vida acadêmica, mais oportunidades, para que a minha busca pelo conhecimento nunca pare”, afirma Maria Jamile. Aline Hori também observa as vantagens da bolsa, citando a oportunidade de contato com outros pesquisadores e a prática da pesquisa. “Ampliou minha visão sobre a profissão, principalmente sobre seus desafios e sua importância, o que intensificou o meu desejo em conhecer ainda mais sobre a carreira acadêmica”, afirma.

Lembrado por alguns dos premiados em outras categorias, o fato de que a pesquisa científica é um trabalho de equipe foi citado de forma unânime pelas premiadas na categoria Bolsista de Iniciação Científica Júnior. “Nunca pensei que nosso projeto iria ganhar um prêmio, mas ganhou. Como estudante bolsista de escola pública é muito gratificante ver como a educação pode transformar nossas vidas e saber que o esforço de todos os que participaram do projeto valeu a pena”, diz Maria Jamile Albuquerque. “Muito mais do que uma conquista na carreira acadêmica que pretendo seguir, [o prêmio] significa para mim o resultado dos esforços conjuntos de toda a equipe de pesquisadores, que se dispuseram a ensinar cada etapa do processo e a oferecer um apoio imprescindível desde o início”, afirma Aline Hori.  

Foto: CNPQ

Jordanna dos Santos, por sua vez, salientou que a premiação é o reflexo do esforço e da dedicação de toda a equipe. “Este reconhecimento demonstra que nossos esforços coletivos podem, de fato, promover transformações positivas e contribuir para um futuro mais sustentável e progressista. Saber que estamos no caminho certo nos enche de orgulho e reforça nosso compromisso em empreender projetos semelhantes, capazes de deixar um legado duradouro”, conclui.

 Além de terem recebido passagens aéreas e diárias para participar da 76ª Reunião da SBPC, em Belém, os agraciados receberão quantia no valor de R$ 10 mil, para os premiados nas categorias Bolsista de Iniciação Científica e Bolsista de Iniciação Tecnológica, e R$ 5 mil, para os contemplados na categoria Bolsista de Iniciação Científica Júnior. A premiação, além disso, inclui a concessão de uma bolsa de Mestrado ou de Doutorado no país, aos bolsistas agraciados nas categorias Iniciação Científica e Iniciação Tecnológica. Os selecionados na categoria Júnior terão como parte do prêmio uma bolsa de Iniciação Científica ou de Iniciação Tecnológica no país.

O Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica é concedido pelo CNPq de forma anual, com o objetivo de premiar estudantes de graduação bolsistas de iniciação científica e tecnológica, participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica (PIBIC), do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica nas Ações Afirmativas (PIBIC-Af), do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), estudantes regularmente matriculados no Ensino Médio, participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica no Ensino Médio (PIBIC-EM), que se destacaram durante o ano, sob os aspectos de relevância e qualidade do seu relatório final, evidenciando sua contribuição para o alcance dos objetivos dos programas.

 

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Fonte: CNPq
Edição: Aline Lins
Ascom/UFPB