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Projeto Escolas Vivas realiza residência artístico-pedagógica junto à comunidade do Buraco d'Água, em Alagoa Nova (PB)

publicado: 21/03/2024 16h58, última modificação: 21/03/2024 16h58
Ação é realizada pela atuação em rede das universidades UFPB, UFBA, UFNT, UFSB e UFAC

Foto: Divulgação

Nos dias 22 e 23 de março, a comunidade do Buraco d’Água receberá mais uma vez a equipe de pesquisa do projeto “Escolas Vivas: pedagogias territorializadas e materiais didáticos diferenciados para promoção da interculturalidade como política de educação pública”. A pesquisa-ação é realizada pela atuação em rede das universidades UFPB, UFBA, UFNT, UFSB e UFAC e viabilizada pelo edital Pró-Humanidades (nº 40/2022).

Desta vez, a visita à comunidade localizada na zona rural de Alagoa Nova (PB) se estenderá por um final de semana inteiro, com uma programação que envolve a comunidade do Buraco d´Água e a cidade. Na ocasião, haverá a apresentação de materiais didáticos e artísticos produzidos durante o projeto, em coautoria com a comunidade e seus mestres. Entre esses materiais, estão o cordel “Zabumba Adormecida” e o documentário “Escolas Vivas do Buraco d’Água”, que registram e acompanham uma transmigração de conhecimentos em um território repleto de estórias e histórias marcadas pela resistência da cultura originária e afro-diaspórica, no brejo paraibano.

A etapa, desenvolvida pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) em parceria com o grupo de pesquisa Tessituras Negras, teve início em 2023 e é coordenada pelas professoras Carolina Fonseca, do Departamento de Artes Visuais, e Fabiana Carneiro, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas.

Segundo Thaís Lira, estudante e bolsista do projeto, as vivências despertaram o olhar para a ancestralidade e ampliaram seus conhecimentos acadêmicos. “Reconhecer e aprender com as Escolas Vivas nos afeta de forma a reacender memórias e sensações. Aprendi sobre a terra e sobre um território, sobre histórias que atravessam minha ancestralidade. E isso eu não poderia aprender em nenhuma sala de aula. Escolas Vivas são vivências pela oralidade e pelo sentir”, relata.

Matheus Ferreira, estudante de história, liderança jovem da Comunidade do Buraco d´Água e bolsista de Iniciação Científica do projeto, também compartilhou sua visão sobre a importância da iniciativa: Assim como as outras cidades daquela região, Alagoa Nova vem passando por um processo de fechamento de escolas do campo muito agressivo. E antes, quando as escolas ainda estavam abertas, a educação institucional não dialogava com os saberes tradicionais. E muitos saberes foram se perdendo. Então, o projeto tem essa importância de colocar os mestres e mestras dos saberes populares em comunicação com a comunidade, a sociedade em geral e a escola tradicional”.

Para mais informações, é possível entrar em contato pelo e-mail: caca.fonseca@gmail.com ou conferir o perfil do Instagram @tessiturasnegras.

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Texto: Carolina Fonseca e Thaís Lira (coordenadora e bolsista do projeto, respectivamente), com Assessoria de Extensão do CCTA
Edição: Aline Lins - Ascom UFPB
Foto: Divulgação