Pesquisa da UFPB em colaboração com a ABRACE aponta benefícios do óleo à base de Cannabis no tratamento da hipertensão

Um estudo recente conduzido por pesquisadores do Centro de Biotecnologias da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com a Universidade Estadual Paulista (UNESP) e a Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (ABRACE), revelou resultados promissores sobre o uso do canabidiol (CBD) no tratamento da hipertensão. Publicado na revista Journal of Hypertension, o estudo destacou o potencial terapêutico do óleo de cannabis rico em CBD em ratos com hipertensão.

Durante duas semanas, os animais foram tratados oralmente com óleo de cannabis (200 mg/kg, administrado a cada 12 horas). Os resultados foram promissores: o CBD não apenas reduziu significativamente a pressão arterial, mas também melhorou a função dos vasos sanguíneos e diminuiu o estresse oxidativo nas artérias—um dos principais fatores associados ao desenvolvimento e à progressão da hipertensão.

Além disso, o tratamento com CBD melhorou a resposta ao barorreflexo, um mecanismo fisiológico crucial para a regulação da pressão arterial, e reduziu a atividade do sistema nervoso simpático, que frequentemente está exacerbada em casos de hipertensão.

Essas descobertas sugerem que o CBD possui propriedades anti-hipertensivas, atuando em múltiplos sistemas para promover a redução da pressão arterial em ratos hipertensos. Embora mais estudos sejam necessários para confirmar esses efeitos em humanos, os resultados abrem novas perspectivas para o uso do CBD como uma alternativa terapêutica no combate à hipertensão, uma das principais causas de doenças cardiovasculares.

A pesquisa teve apoio financeiro da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Além disso, segundo a coordenadora do trabalho, professora Josiane Cruz, a colaboração com a ABRACE foi fundamental para o desenvolvimento desta pesquisa, pois a associação produz o óleo de cannabis a baixo custo, tornando-o acessível à população brasileira. Desta forma, reforça a docente, esse estudo não só reforça a importância de parcerias como esta, mas também destaca a necessidade de maior conscientização pública e governamental sobre os benefícios potenciais da cannabis medicinal.

De acordo com os pesquisadores responsáveis pelo estudo, ao unir esforços científicos e sociais, este trabalho pavimenta o caminho para futuras pesquisas e para a ampliação do uso terapêutico do CBD, beneficiando milhares de pessoas que lutam contra a hipertensão no Brasil e no mundo.

Além da coordenadora e da ABRACE, colaboraram com a pesquisa Débora Colombari (UNESP/Araraquara); Sandra R. Mascarenhas (CBiotec/UFPB); e Sandra Lia Amaral (UNESP/Bauru).