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Paratletas apoiados pela UFPB fazem últimos treinamentos para os Jogos Paralímpicos de Paris
Enquanto os olhos do mundo estão voltados para as Olimpíadas de Paris, três paratletas que treinam nas dependências da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) – Cícero Nobre, Joeferson Marinho e Petrúcio Ferreira – fazem os últimos preparativos para os Jogos Paralímpicos, que acontecerão de 28 de agosto a 8 de setembro. O grupo embarca na segunda quinzena de agosto para a capital francesa, onde também serão realizadas as competições paralímpicas.
Os três paratletas da UFPB integram a delegação paralímpica brasileira que, segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), tem 277 competidores. Cícero, Joeferson e Petrúcio vão competir em importantes modalidades do atletismo. Considerando o histórico de sucesso de cada um, há grandes chances de que os paratletas da UFPB tragam medalhas para o Brasil.
Cícero, Joeferson e Petrúcio realizam seus treinamentos na pista de atletismo da UFPB, e contam com equipe técnica formada por servidores e alunos da instituição. O Reitor da UFPB, professor Valdiney Gouveia, disse que o apoio aos atletas é importante para fomentar a prática do esporte entre a comunidade universitária. “A UFPB agradece pelo empenho dos nossos paratletas que destacam o nome da Instituição no contexto nacional e internacional”, disse o Reitor.
Além dos paratletas, a UFPB também será representada no evento esportivo pelo servidor Pedro de Almeida Pereira, o Pedrinho, técnico em Educação Física na Universidade, convocado para ser um dos treinadores da seleção paralímpica de atletismo em Paris.
Pedrinho desenvolve o projeto de extensão “Monitoração física e fisiológica de atletas paralímpicos em formação e de alto desempenho” com o professor Alexandre Sérgio Silva, do Departamento de Educação Física (DEF), que integra o Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFPB. Como seu nome sugere, por meio do projeto os paratletas têm à disposição recursos físicos e humanos da Universidade para a prática das modalidades, treino de força (musculação) e suporte fisiológico, que consiste na avaliação de variáveis, como o nível de fadiga muscular, que interferem na performance dos competidores.
As ações de extensão universitária fazem parte de uma parceria entre CPB, Instituto dos Cegos da Paraíba e UFPB, com o apoio da Reitoria. O projeto gera também frutos na pesquisa e no ensino desenvolvidos na Universidade, na medida em que os dados e informações dos atletas ficam à disposição para realização de estudos na graduação e na pós-graduação. Além disso, alunos de graduação, sobretudo das ciências da saúde, podem realizar as atividades de estágio supervisionado junto ao projeto.
“O projeto possibilita a promoção dos três pilares da Universidade. Para expandir as colaborações, estão sendo feitas outras parcerias com as prefeituras, dos lugares mais remotos da Paraíba, com o objetivo de identificar e viabilizar a revelação de novos talentos para o esporte paralímpico, não apenas para o atletismo, mas para outros esportes, como o futebol de 5”, afirmou Pedrinho, sobre a possibilidade de expansão do projeto.
Foi o que aconteceu com Petrúcio Ferreira, que deixou São José do Brejo do Cruz, município que fica a quase 400 km de distância de João Pessoa, para poder se dedicar ao paratletismo. Petrúcio é o franco favorito à medalha de ouro na prova dos 100 metros rasos na classe T-47, na qual é o atual bicampeão paralímpico, tricampeão parapanamericano e tetracampeão mundial. Em Paris, ele também competirá nos 400 metros rasos, disputa na qual ficou com a prata nas Paralimpíadas do Rio e o bronze nos Jogos de Tóquio.
“O que a gente vem trabalhando, diante desses resultados e da boa infraestrutura da UFPB para o atletismo de alto rendimento, é subir ao pódio em Paris e trazer uma medalha para o nosso Brasil, independente de qual seja a colocação. Mas a meta, claro, é o ouro paralímpico”, disse Petrúcio.
Outra esperança de bons resultados em Paris é Cícero Nobre que, assim como Petrúcio, é natural do Sertão Paraibano, da cidade de Aguiar, localizada a 427 km de João Pessoa. Cícero é o atual bicampeão mundial e parapanamericano no lançamento de dardos na classe F-57. Em Tóquio, conquistou o bronze nesta prova.
Enquanto Petrúcio e Cícero têm intimidade com o pódio em competições internacionais, Joeferson ainda sonha com esse lugar. Atual detentor do recorde brasileiro nos 100 metros rasos pela classe T-12, Joeferson quase chegou lá em Tóquio, onde fez sua estreia em competições do tipo e conquistou o quarto lugar. Três anos depois dos Jogos do Japão, marcados por muitos treinamentos com Pedrinho na pista de atletismo da UFPB, ele se diz bem mais preparado e merecedor da primeira medalha.
“Estou bem para brigar por essa medalha. Nesses últimos dias antes de ir a Paris, a preparação continua. Estou trabalhando para conseguir ir em busca da medalha. Então, queria deixar uma mensagem muito especial para toda a Paraíba, para que acompanhem e torçam com muito carinho, não apenas por mim, mas também pelo Petrúcio e o Cícero, porque iremos dar o nosso melhor”, pediu Joeferson.